Em um fim de semana, eu e minha irmã decidimos levar nossa priminha ao teatro — programação que a pequena adora — e acabamos no querido Ziembinski. De cara já vimos que o negócio ia ser bom: uma dupla sorridente e muito bem caracterizada nos surpreendeu ao pisar no palco falando pra valer — não à toa, a peça teatral que protagonizavam chamava-se Tagarelando. Os atores, Bárbara Abi-Rihan e Fábio Lacerda, integram o PORTÔ — grupo artístico que idealizou e executou o espetáculo.
O coletivo é composto por Anderson Pereira, Farley Matos, Luan de Almeida, Rodrigo Gondim e Wanderson Rosceno, além dos já mencionados Bárbara e Fábio. Essa galera se conheceu na Escola Técnica de Teatro Martins Pena, onde foram estudantes. Lá, já realizavam trabalhos em conjunto, ainda sem se definirem como um grupo artístico: Tagarelando (2011) e Martírio dos Ratos (2014) já estavam rolando soltos quando, enfim, em 2017, os artistas criaram oficialmente o coletivo PORTÔ.
O texto do espetáculo infantil Tagarelando foi tecido por Wanderson Rosceno, tendo como base As aventuras de Kadan e Farunk, de Berto Matys. Rosceno criou os personagens Catirina e Severino, dois artistas mambembes muito simpáticos, para protagonizarem uma trama que mostra a rica influência da herança árabe na cultura popular nordestina.
Cenas do espetáculo “Tagarelando”, realizado pelo “PORTÔ Coletivo de Arte”.

“O espetáculo foi construído com base em improvisos, o que faz com que os atores acabem se apropriando do texto, tendo liberdade para modificá-lo na busca da melhor forma de verbalizá-lo.”
O PORTÔ ainda não possui patrocínio, motivo pelo qual os artistas têm que acumular funções para tirar seus projetos do papel. Para eles, essa multiplicidade de tarefas tem uma faceta positiva: dá aos profissionais “uma completa noção de pertencimento do todo”; no entanto, eles não deixam de enunciar que, se mal administrado, esse acúmulo de atribuições pode impactar negativamente o desempenho das tarefas.
“Como nos pequenos circos, onde a trapezista em um momento está no trapézio e em outro está vendendo pipoca, ou o bilheteiro que também é o acrobata, assim é nossa filosofia de coletivo.”
Quando inquiridos a respeito do público infantil, eles declaram valorizar a sinceridade e a transparência da criançada. Os artistas, em paralelo ao trabalho no coletivo, exercem atividades para crianças, como de professor de teatro, professor de circo, contador de histórias, palhaço de hospital e recreador. Atualmente, declaram, estão desenvolvendo o projeto Kazoo, que pretende englobar as vivências adquiridas com esse público: ao longo dos anos de trabalho, os artistas foram compreendendo a relevância da arte para a “formação da criança como ser social sem subestimar sua inteligência”.
“Criança é o público mais sincero! Se gosta, gosta muito, vibra, grita, torce. Se não gosta, não finge. É um termômetro preciso!”
A preparação circense dos atores acontece de segunda a sexta-feira, durante as quatro horas nas quais se encontram em formação no Circo Crescer e Viver. Ademais, como parte da preparação para o espetáculo, realizam ensaios de quatro horas, duas ou três vezes por semana. Mas quando a estreia está chegando, o papo é outro! Aí eles se reúnem quase todos os dias, em encontros com alongamento, treinamento acrobático, preparação musical e vocal e, por fim, ensaio do espetáculo. Uau! Suei só de pensar!
Que o Anderson, a Bárbara, o Fábio, o Farley, o Luan, o Rodrigo e o Wanderson sigam nesse trabalho lindíssimo, doando tanto tempo e dedicação para concretizar projetos idealizados com tanto carinho. Não só para o público infantil, mas para todo mundo que, assim como eu, aprecia a arte nas suas mais variadas formas!
Em ordem: Anderson, Bárbara, Fábio, Farley, Luan, Rodrigo e Wanderson (imagens: reprodução/Facebook).
Obrigado pela entrevista Rafaela. Vamos divulgar nas nossas redes!
Grande abraço!
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Olá! Eu que agradeço pela oportunidade de entrevistar o “PORTÔ” e pela divulgação do blog. 🖤
Sou fã do trabalho de vocês e aguardo ansiosa pelos próximos projetos do grupo. 🎭
Abraços! 😊
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