Tenho o hábito de ler sobre alimentação e dietas, tanto em livros quanto em plataformas virtuais. Certo dia, em uma dessas minhas pesquisas, ao visitar o Facebook da renomada nutricionista vegetariana Alessandra Luglio, vi que ela havia compartilhado um texto nomeado Como é ser vegana e favelada. Corri para ler.
A matéria, descubro, pertence ao blog Sim, sou vegana e feminista preta. Futuquei bastante, com muito gosto: a blogueira apresenta pautas socialmente relevantes de maneira crítica, tais como sua vivência como uma pessoa pobre adepta do veganismo e sua posição quanto à prática ovolactovegetariana.
E aí, após me encantar com sua convicção e com a maneira clara como expõe seus pontos de vista, fui procurar saber quem é, afinal, a autora. E descobri que é a Thallita Flor.
Adicionei-a nas redes sociais e batemos um papo muito esclarecedor, cujo resultado é o presente texto. Em meio à super correria de sua rotina de empresária, cozinheira, estudante, atriz e – ufa! – blogueira, a moça conseguiu separar alguns minutinhos de uma sexta-feira para compartilhar comigo um pouco sobre sua trajetória no veganismo e nos negócios.

Veganos: o que são, onde vivem, como se alimentam?
Thallita, com seu blog, seu bufê e seus vídeos no Facebook, pretende mostrar às pessoas que o veganismo é um estilo de vida acessível e possível. Ela conta que seu apetite cresceu, em comparação à época em que era onívora, e acredita que isso se deva ao gosto que adquiriu pela culinária. Mesmo comendo mais agora, afirma, gasta muito menos do que antes para se alimentar.
“Acho que é muito importante disponibilizar material pras pessoas. Acho que é muito importante quando eu escrevo coisas, quando eu faço videos, tiro fotos.”
Uma discussão recorrente quando se fala do vegetarianismo estrito é em relação à vitamina B12, ausente em alimentos de origem vegetal. Quanto ao tópico, a blogueira afirma que a carência de nutrientes não é uma exclusividade dos veganos, e que todas as pessoas que apresentam qualquer deficiência nutritiva devem suplementar.
“Mesmo alguns estudos ligados ao crudivorismo buscando respostas científicas que contrariam isso, num geral, é necessário suplementar a B12 (…). Mas suplementar a nossa alimentação é um hábito comum, não é algo estrito de pessoas veganas.”
Ao falarmos sobre situações sociais que envolvem comida, como eventos nas casas de amigos, a empreendedora mostra não enfrentar grandes empecilhos: esclarece que os anfitriões costumam preparar pratos específicos para recebê-la. Já quando rola uma festinha americana, ela conquista todo mundo com seus quitutes veganos!
“Quando é uma festa mais informal, que cada um leva um prato, eu levo minhas coisas e todo mundo prova, vira sucesso também!”
Em seu dia-a-dia agitado, Thalita opta por almoçar na faculdade, onde o cardápio apresenta opções vegetarianas. Às vezes, no entanto, os pratos servidos são ovolactovegetarianos, o que prejudica os adeptos do veganismo. Já à noite, ela mesma ou seu namorado preparam a janta.
Tá, e onde entra o Banana Buffet nessa história?
Por volta de uns quatro anos atrás, a jovem observou a carência de serviços de bufê veganos no Rio de Janeiro. Nesse contexto, decidiu inaugurar o Banana Buffet: uma empresa que entrega marmitas congeladas em domicílio e oferece bufê para eventos, além de vender petiscos em feiras de exposição.
Petiscos do serviço de bufê: bolinho de batalhau e croquete de feijão carioquinha; batata calabresa; pão árabe com patê de cebola.

“Pode-se dizer que fui uma das pioneiras. Temos muitos empreendedores, que fazem muita coisa gostosa, mas um serviço de bufê, aqui no Rio, era novidade.”
Thallita tocava seu negócio como administradora e cozinheira. Quando pintavam eventos grandes, contratava uma equipe para dar suporte, mas em geral trabalhava sozinha. Recentemente, porém, a proprietária chamou uma amiga para integrar seu time: Fernanda e Thallita dividem entre si as atribuições da empresa, das tarefas burocráticas à preparação das comidas.
Marmitas de ratatouille, batata doce ao molho de tomate e bolonhesa de lentilha.
Mas, mesmo com uma sócia, Thallita tem achado difícil conseguir conciliar o trabalho, os estudos e os projetos pessoais. A faculdade exige muito da estudante, que tem que dar prioridade aos negócios em detrimento dos estudos, já que o bufê é sua única fonte de renda.
Quanto ao blog e à atividade nas redes sociais, mesmo na correria ela não pretende abandonar: sua meta é disponibilizar ao público o máximo de conteúdo possível sobre sua experiência como adepta do veganismo. E mostrar pra todo mundo que ser vegano é bem possível – e gostoso!
“Eu quero muito conseguir me dedicar a tudo direitinho, pra conseguir liberar o máximo de vivência que eu posso sobre a minha experiência.”
Fontes das imagens:
Muito interessante! Realmente precisamos de mais opções para quem resolveu seguir essa linha. Ótimo texto, Rafa!
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Claudia, fico muito feliz que tenha visitado o blog e apreciado o texto! 😄
Volte sempre! ❤
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